Otelo Saraiva de Carvalho revela os VERDADEIROS motivos que levaram ao 25 de Abril de 1974

Os militares de carreira viram-se de repente ultrapassados nas suas promoções...

  

Em entrevista à Agência Lusa, dada em 2011, a propósito do livro “O dia inicial”, que conta o 25 de Abril “hora a hora”, Otelo Saraiva de Carvalho revelou o que deu início à revolução do 25 de Abril de 1974, e o motivo não foi tão nobre como nos foi ensinado, apesar de em ultima análise, ter resultado na queda do regime.

Otelo Saraiva de Carvalho lembrou que o movimento dos capitães iniciou-se precisamente por “razões corporativistas”, nomeadamente quando “os militares de carreira viram-se de repente ultrapassados nas suas promoções por antigos milicianos que, através de um decreto-lei de um governo desesperado por não ter mais capitães para mandar para a guerra colonial, permite a entrada desses antigos milicianos”.

“Esses capitães são rapidamente promovidos a majores e ultrapassam os capitães que estavam a dar no duro e tinham quatro anos de curso”, adiantou.

Otelo lembrou ainda que, “quando tocam nos interesses da oficialidade, ela começa a reagir… essa reação foi o movimento de capitães”, que culminou no derrube de um regime com 48 anos.

O “capitão de abril” chama ainda a atenção para a mudança de circunstâncias que se registou nos últimos anos, nomeadamente o facto de nas forças armadas, muitos dos soldados, cabos e sargentos, serem hoje voluntários. “Se a esta gente voluntária cortarem direitos adquiridos, então o caldo está entornado”, avisou.

Fοnte: expresso.pt

Não se entende portanto, porque nas escolas não se ensina toda a história aos alunos, e em vez disso, se tenta “dourar a pílula”, passando a ideia (que prevalece na ideia da população) que os militares se uniram, para libertar o povo do regime que os oprimia, quando na verdade esses mesmos militares, só estavam revoltados por estar a receber menos, e a serem “ultrapassados” por outros.

O regime caiu, é um facto, mas os motivos que conduziram à sua queda foram bem diferentes dos doutrinados desde então.

No entanto, nem tudo após a queda do Estado Novo ficou melhor. No final de 1974, a dívida pública em percentagem do PIB era de apenas 13,9%, actualmente (2019) situa-se em torno dos 117,7%.

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